O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) é todo comandado por chavistas, ligados a Nicolás Maduro.


Passava da meia noite no Brasil, quando o CNE, Conselho Nacional Eleitoral venezuelano transmitiu para todo mundo a vitória de Nicolás Maduro. A oposição liderada por Maria Corina Machado, com metade das atas de urnas em mãos, já cravava a vitória com larga vantagem de Edmundo González. Os números não mentem, mas o que aconteceu?


Aqui no Brasil acompanhamos primeiro a transmissão pelo canal oficial venezuelano, a Venevisión, que tentava transmitir ao povo aquele ar de seriedade e que o processo eleitoral tinha ocorrido tudo bem, sem maiores problemas. Já as televisões de outros países que também estavam ao vivo, mas sem poder filmar as ruas em todo país, tinham somente em mãos uma imagem liberada pelo Governo de uma ampla sala no CNE.


Um teatro! Um show de mentiras do início ao fim. Transparência zero. As únicas notícias de credibilidade vinham das redes sociais, onde os fiscais do partido conseguiram uma cópia da ata das urnas, pelo menos a metade. Só com os números que chegaram ao QG da oposição, já mostrava que não havia como Maduro ganhar as eleições.


O show de mentiras foi um constrangimento até para a TV oficial que cerca de uma hora antes da transmissão do CNE, encerrou a cobertura, do nada, como se não estivessem falando o dia inteiro de eleição. Não se mostrou nenhuma imagem das ruas cheias de apoiadores de Maria Corina, nada. As únicas imagens que chegaram eram de pessoas, gente comum, que registraram a maior fraude do socialismo nos últimos anos. O país inteiro cheio de esperanças ainda continua nas ruas.


A candidata preferida dos venezuelanos, Maria Corina Machado, inelegível pelo CNE e que necessitou colocar um outro nome para apoiar, Edmundo Gonzalez Urrutia falou pelas redes sociais que seu candidato venceu em todos os cantos do país, que todo mundo sabe a fraude que aconteceu na Venezuela. Corina falou para os venezuelanos não cair na narrativa do Governo que disse que vai considerar crime grave quem não aceitar os resultados divulgados pelo CNE.


A Web Rádio Novidade conseguiu coletar nas redes sociais alguns números onde as mesas de votação ainda possuem fiscais de apoiadores de Maria Corina (Edmundo Gonzalez), pois na maioria do país, oficiais do governo simplesmente expulsaram os fiscais dos partidos.


Recortes postados por venezuelanos que conseguiram divulgar os resultados:


Yaracuy, mesa 3 - 1075 (Gonzalez), 122 (Maduro) 

Guarenas-Miranda, mesa 2 - 372 (Gonzalez), 131 (Maduro)

Santa Maria de Calacrava, Valencia - 2930 (Gonzalez), 122 (Maduro)

Apure - San Fernando, mesa 1 -  430 (Gonzalez), 26 (Maduro)

Apure - San Fernando, mesa 2 - 423 (Gonzalez), 97 (Maduro)

Apure - San Fernando, mesa 3 - 430 (Gonzalez), 144 (Maduro)

Apure - San Fernando, mesa 4 - 452 (gonzalez), 108 (maduro)

Tachira - mesa não identificada - 518 (Gonzalez), 60 (Maduro)

Zulia - mesa não identificada - 353 (Gonzalez), 25 (Maduro)


Existem centenas destes recortes de atas de escrutínio nas redes sociais, por todo país, mas a ditadura controla o CNE e não mostra todas as atas. O sistema eletrônico das urnas é absolutamente inacessível. O povo ganhou, mas não levou. A Venezuela não tem jeito e agora, como sempre, vão haver protestos e reprimendas horríveis dos apoiadores de Maduro. Mesmo com provas, o povo é refém do regime e somente uma intervenção séria da ONU ou de países aliados para reverter a fraude.