O IBGE divulgou no dia 14 de junho a versão completa do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), que traz microdados com os principais atributos dos 106.814.877 endereços do país. Esses atributos incluem o nome do logradouro, número e modificador do endereço, complemento, localidade, CEP, espécie da unidade visitada, tipo de edificação e nomes dos estabelecimentos, entre outros.


A divulgação contará com um evento na sede do Banco do Nordeste, em Fortaleza (CE), localizada na Av. Dr. Silas Monguba, 5700, no Bairro Passaré, a partir das 10h. Na parte da tarde, das 14h às 18h, o IBGE realizará a oficina Um território de informações: Potencialidades dos Dados do Censo 2022, que buscará apresentar, além dos aspectos técnicos e operacionais da pesquisa, suas potencialidades para tomada de decisão de gestores locais.


Segundo o CNEFE, no período abrangido pela coleta do Censo 2022, o país tinha 3,5 milhões de edificações em construção ou reforma, das quais 605,2 mil estavam no estado de São Paulo, que abrigava a maior quantidade dessa espécie de endereços, entre as 27 unidades da federação. O CNEFE informa, ainda, se essas construções ou reformas terão uso residencial, não residencial, misto ou indeterminado.


Censo 2022 incluiu 34 milhões de novos endereços no CNEFE


Organizado pelo IBGE desde 2005, o CNEFE é o principal acervo de endereços do país com abrangência nacional e acesso público. Ele é atualizado periodicamente, sendo totalmente revisado durantes os censos demográficos.


O trabalho do Censo 2022, por exemplo, teve início com uma lista prévia de 89.327.652 endereços. Destes, 81,5% foram confirmados e 18,5% foram excluídos durante a coleta, que ainda acrescentou 33.992.241 novos endereços ao CNEFE. “A contribuição dos 120 mil recenseadores foi fundamental. Foram os trajetos por eles percorridos e o seu trabalho de cobertura que nos permitiram ter o produto que estamos entregando hoje para a sociedade”, observa Eduardo Baptista, gerente do CNEFE.


O CNEFE é fundamental não apenas para orientar os recenseadores durante a operação censitária, mas também para estruturar as amostras das pesquisas domiciliares do IBGE. “A PNAD Contínua, por exemplo, já está utilizando os dados do CNEFE atualizado”, observa Eduardo.


Brasil tem 24,4 milhões de endereços sem número




Uma análise dos diversos atributos do CNEFE permite saber que o país tem 24,4 milhões de endereços sem número (ou 22,8% do total de endereços) e a maior parte deles está em Goiás (2,46 milhões). Além disso, há 438,0 mil endereços identificados pela quilometragem da via. Entre estes, 76,1 mil estão em Rondônia, unidade da federação com a maior ocorrência desse modificador.


Os endereços também foram agrupados pelos tipos de logradouros mais comuns. Dessa forma, o país tem 72,4 milhões de endereços situados em ruas, 10,7 milhões de endereços em avenidas e 7,1 milhões de endereços em estradas. Travessas, sítios, alamedas e fazendas também estão entre os principais tipos.


O país tem, ainda, 2,7 milhões de endereços em logradouros sem nome, com o maior número deles na Bahia (314,5 mil). Além disso, existem 171,7 mil endereços em logradouros cujo nome tem a palavra “Brasil”.


O gerente do CNEFE observa: “O endereço é também um indicador de cidadania. Isso significa que o cidadão que vive em um endereço sem número ou em uma rua ou avenida sem denominação está sofrendo algum tipo de déficit na sua cidadania, pela não formalização daquele endereço ou logradouro pelo poder público municipal”.


Há, ainda, 2,3 milhões de endereços em logradouros cuja denominação tem a palavra “São”, além de 1,7 milhão de endereços em logradouros com “Doutor”, 1,0 milhão de endereços em logradouros cujo nome contém “Santa” e 483,5 mil de endereços em logradouros que têm “Presidente” na sua denominação, entre outros exemplos.


O CNEFE também permite saber que, entre seus endereços, há 90,6 milhões de domicílios particulares e 104,5 mil domicílios coletivos, além de 264,4 mil estabelecimentos de ensino e 247,5 mil estabelecimentos de saúde, entre outras categorias.


13,3 milhões de endereços do país estão em condomínios


O Brasil tem 13.285.465 de endereços situados em arranjos condominiais, sendo 3,6 milhões de endereços em condomínios com entre 6 e 20 endereços, 2,7 milhões em condomínios com entre 21 e 50 endereços, 2,2 milhões em condomínios com entre 51 e 100 endereços e 4,8 milhões em condomínios com mais de 100 endereços.


O IBGE considera arranjos condominiais as copropriedades entre diferentes pessoas de um mesmo imóvel. Foram identificados como arranjos condominiais aqueles que tinham seis ou mais domicílios particulares permanentes em edificação caracterizada como “casa de vila ou em condomínio” ou “apartamento” na mesma face de quadra e, ainda, compartilhavam o mesmo logradouro, número, localidade e CEP.


CNEFE pode auxiliar o poder público no enfrentamento de calamidades


Em 2 de fevereiro, o IBGE já havia divulgado as Coordenadas Geográficas das Espécies de Endereços do Censo Demográfico 2022. Mais tarde, em 21 de maio, foi antecipada a liberação dos microdados do CNEFE, para auxiliar os órgãos governamentais no enfrentamento das inundações no Rio Grande do Sul.

Na figura abaixo, um exemplo de aplicação dessas informações, mostrando, a partir dos dados georreferenciados do CNEFE, os endereços atingidos por alagamentos no município de Lajeado (RS). No momento da análise retratada pela figura, esses endereços alagados incluíam, entre outros exemplos, 4,6 mil domicílios particulares, 82 edificações em construção e 15 estabelecimentos de ensino.


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