Se você já ouviu falar de Bitcoin e ainda está pensando que é um ativo de investimento você pensou errado e ainda não procurou se informar o que é o Bitcoin. Em 2008 um brasileiro chamado Daniel Fraga ficou muito famoso no mundo da internet, e, logicamente, no mundo real, no seu dia a dia, muitos jamais ouviram falar sobre este homem.
Cansado do poder coercitivo do estado através da imposição de tributos, depois de várias tentativas frustradas do Governo em lhe cobrar tudo o que ele devia em tributos atrasados, ele simplesmente sumiu do mapa e deixou apenas R$ 5,00 reais em sua conta bancária para ser confiscado.
No começo ninguém entendeu a mensagem pois naquela época o mundo das criptomoedas ainda não havia disseminado para o cidadão comum tudo o que significava aquele novo projeto. Na verdade, pouca gente ainda sabe em 2024 sobre Bitcoin, e com certeza muito ainda será falado sobre o assunto.
Daniel, assim como muitos economistas e estudantes de tecnologia, os novos filósofos da economia da internet, estavam cansados e, ainda estão, do controle excessivo dos governos sobre a emissão monetária.
O que cansou Daniel e muitas das pessoas que posteriormente adquiriram bitcoin foi a paixão pela privacidade e pela irrastreabilidade da nova moeda. Quando você compra um bitcoin você preserva sua identidade e faz transações diretas com outra pessoa, sem passar por um terceiro. Sabemos que hoje, apenas é possível fazer isto com o dinheiro efetivo, aquele dinheiro de papel, já bem escasso nos dias atuais.
O objetivo desta matéria não é entrar na parte técnica do bitcoin, para isso você pode ler o livro “Bitcoin, a moeda da era digital”, de Fernando Ulrich, disponível gratuitamente em qualquer lugar subterrâneo da internet, ou pode simplesmente comprá-lo em qualquer loja virtual.
Dentre as motivações do projeto Bitcoin, destaca o autor:
“O projeto Bitcoin vinha a ser uma tentativa de resposta à instabilidade financeira causada por décadas de monopólio estatal da moeda e por um sistema bancário de reservas fracionárias.”
Talvez o poder exercido pelos emissores de moeda tenha sido a gota d'água, ou as recorrentes inflações e emissões de mais moedas pelo sistema financeiro nacional. os bancos forjando depósitos com dinheiro alheio, depois emprestando este dinheiro a juros altos colapsou e vem recorrentemente quebrando a estabilidade das moedas no mundo todo.
O bitcoin tem um limite de emissões e cada vez mais este limite, esta quantia designada está ficando escassa. Toda operação bitcoin é feita de pessoa para pessoa, sem a intervenção de servidores de terceiros. Desta forma, não há como rastrear as transações a partir de um único servidor.
O bitcoin possui o seu próprio livro de registros de transações para evitar falsificações ou adulterações em transações, no mundo cibernético ele é chamado de blockchain:
Tecnicamente, a tecnologia blockchain é um mecanismo avançado de base de dados que permite a partilha de informações de forma transparente em rede. Uma blockchain armazena dados em blocos (block) interligados numa cadeia (chain).
O que ninguém gosta de falar nas redes sociais são as obviedades que farão o governo entrar em colapso financeiro se todo mundo vender os seus reais, ou seus dólares ou Euros e mudar para as criptomoedas. É um assunto delicado porque como o governo não tem interferência e controle sobre as políticas do bitcoin, ou seja, não manda na emissão destas moedas, o riso do cidadão viver numa realidade paralela, cada vez mais afastado do poder coercitivo dos impostos e de suas loucuras desvairadas de controle monetário, a liberdade de escolha e o afastamento do cidadão do controle estatal, poderá corroer o estado de justiça social. Se é que a Justiça social existe.
Ah, eu ia me esquecendo de falar o que aconteceu com Daniel Fraga. O que se sabe é que, provavelmente, ele transformou todo o seu patrimônio em bitcoin e sumiu do mapa. O Governo jamais achou o seu paradeiro. Dizem que ele está feliz em algum lugar do mundo, vivendo fora do domo estatal, um cidadão livre, fora do controle de qualquer país ou nação.
Wesley Fragas
Web Rádio Novidade
Nota: O autor deste ensaio não tem parentesco com o homem citado no artigo.
