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Em 1857, o colono Alexandre Bürger, de Blumenau, mandou uma carta a parentes seus na Alemanha,  a respeito da verdadeira epopéia do Capitão Pinto, o qual, da Colônia Militar de Santa Tereza (hoje Catuira), nas cabeceiras do rio Itajaí do Sul, desceu o mesmo, a princípio de canoa, e depois, pelas suas margens, em penosa marcha pelas florestas virgens, chegando em Blumenau, então um povoado de umas dezenas de ranchos.


Abaixo um pequeno trecho desta carta:


“Recebemos, estes dias, uma visita sumamente interessante, causando-nos grande prazer, em cuja recepção e despedida detonamos numerosas salvas de honra, inclusive da guarda de 12 elementos aqui estacionada. O Capitão Pinto, comandante dos Batedores de Mato desta Província, chegou aqui, descendo pelas florestas do nosso Itajaí Grande, tendo relatado muita coisa nova e relevante sobre esta viagem. 


Iniciara ele a excursão com dez canoas e vinte e cinco homens, tendo sido vitorioso neste empreendimento, apesar dos muitos perigos e grandes empecilhos que teve de enfrentar, tendo sido o mesmo tentado já anteriormente por várias vezes, e com resultado negativo. Após pouco tempo de jornada, viu-se ele forçado a desistir da via fluvial devido a muitas cascatas do rio, entre estas uma de 50 pés de altura (local onde é o Salto em Ituporanga), que tornaram a passagem quase impossível. Decidiu então abandonar as canoas e os gêneros alimentícios não absolutamente indispensáveis, tendo continuado por via terrestre até a feliz chegada aqui, mesmo que já um tanto emagrecido e esfomeado - após 22 dias do início da excursão, na qual vencera 50 milhas de caminhada. O empreendimento, entretanto, exigira também o seu tributo - perecendo um de seus homens afogado em redemoinho de uma das fortes corredeiras do rio.”

 

A carta do colono Alexandre Bürger (trecho extraído da publicação “Blumenau em Cadernos” Tomo VII, Nº 182, pg. 13)


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