Por Wesley Fragas
O Ministério Público da Comarca de Ituporanga já havia ajuizado ação em Junho do ano passado, inclusive com tutela de urgência. Na liminar, está determinado que: “O Estado tem que fazer o serviço de dragagem e limpeza do reservatório a montante – acima do curso d 'água -, recomposição das grades metálicas do fundo da barragem e no conduto e concreto das comportas C4 e C5.”
A preocupação da promotoria de Justiça de Ituporanga deu-se depois que uma vistoria foi efetuada em maio de 2022 pela Defesa Civil de Santa Catarina e apontou que a Barragem funcionava com restrições.
É bom lembrar que a estrutura construída em Ituporanga para contenção de cheias, data o ano de 1976 e atualmente tem capacidade de acumulação de 110 milhões de metros cúbicos de água. No decorrer dos anos, o rio Itajaí do Sul mudou muito, principalmente o acúmulo de detritos no seu leito, tecnicamente chamado de assoreamento.
Afinal o que é Assoreamento?
O Assoreamento é o acúmulo de areia, solo desprendido de erosões e outros materiais levados até rios e lagos pela chuva, vento ou ação humana. Quando o assoreamento ocorre, cabe às matas ciliares servirem de filtro para que este material não se deposite sob a água.
Este fenômeno piorou nos últimos anos e a régua que regula e calcula quanto se necessita de água acima do nível normal, diminuiu muito. Muitos defendem que é necessário que se faça com urgência medidas de proteção ao Rio que tanto precisamos.
Uma das medidas seria o reflorestamento das áreas próximas às margens de cursos d'água para impedir a entrada de sedimentos nos rios.
Conter os processos erosivos das matas ciliares é outra forma de prevenir e frear o assoreamento.
Não basta apenas efetuar as reformas necessárias na Barragem Sul, Norte e Oeste, é necessário uma série de medidas para que toda a população da bacia hidrográfica do Rio Itajaí-Açu possa algum dia ter pelo menos, esperança de que novas cheias não serão tão severas e rápidas como a que vimos este ano e que vem aumentando nas últimas 5 décadas.
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