Sabe aquele número de telefone não
identificado que insiste em aparecer no visor do seu telefone celular? Pois é,
as chamadas indesejadas podem ser de televendas ou telemarketing, com atendentes
reais ou chamadas de robôs, aquelas com vozes gravadas. Esse tipo pode ser
bastante inconveniente e até indesejado, mas as piores ligações são aquelas que
têm intenção de enganar o interlocutor e aplicar golpes para extorquir dinheiro
ou roubar dados pessoais. Conheça os golpes telefônicos mais comuns e
previna-se!
1.
GOLPE DO FALSO SEQUESTRO
O telefone toca, no visor o número é
desconhecido ou não identificado. Ao atender, do outro lado da linha, uma voz
simula o desespero de uma vítima de sequestro. O começo do golpe costuma ser
parecido, mas ele toma contornos diferentes dependendo das informações que os
criminosos detêm sobre a vítima.
O caso mais comum é o golpista
escolher números aleatórios e fazer várias tentativas até achar a vítima ideal,
que não desligue o telefone e ainda forneça as informações mínimas para
completar a extorsão. Ao ouvir uma voz de choro pedindo ajuda ou socorro, a
vítima normalmente entrega a primeira pista aos criminosos ao questionar “Minha
filha é você?”. Com a informação de que a pessoa na linha tem uma filha, os
golpistas assumem a conversa e passam a fazer pedidos de depósitos e
transferências bancárias para liberar a filha que está sob ameaça. Os golpistas
ficam com a vítima ao telefone até que ela vá ao banco fazer a transferência ou
complete a transação online, dependendo da situação.
Outro caso que tem acontecido é
planejado. A vítima é mapeada antecipadamente. Os criminosos têm o número do
telefone e outras informações sobre a família como, por exemplo, o número do
telefone dos filhos.
Quando a ligação é atendida, os
criminosos operam da mesma forma com a voz de choro pedindo socorro, depois
avisam que o filho está sequestrado e solicita a transferência de dinheiro em
troca da liberdade. Porém, após enviar o dinheiro e sem desligar o telefone, a
vítima é orientada a não voltar para casa ou sair de casa.
Quando a vítima obedece, os
criminosos ligam para os filhos, anunciam o sequestro da mãe e iniciam o pedido
de extorsão. Como os filhos não conseguem localizar a mãe, acabam acreditando
que a ameaça é real. O prejuízo deste tipo de golpe é de R $3 a 30 mil.
2.
ROUBO DE DADOS FINANCEIROS OU VISHING
Uma simples ligação pode levar a
vítima a cair em fraudes bancárias ou ter seus dados roubados. Também chamado
de vishing (ataque por voz), o golpe
utiliza táticas de engenharia social para ganhar a confiança do interlocutor.
A tática de persuasão começa com uma
ligação simulando um falso atendente de um serviço que a vítima efetivamente
utiliza como bancos, operadoras de telefonia, serviços públicos, lojas de
varejo, organizações beneficentes e outros. A conversa normalmente começa com a
confirmação de alguns dados que podem ter sido coletados em perfis de mídias
sociais ou em cadastros de dados roubados na internet.
O interlocutor vai ganhando
confiança da vítima na medida em que os dados vão sendo confirmados. Finalizada
a primeira etapa, o falso atendente passa a ofertar serviços novos (e
tentadores) ou pedir para completar o cadastro para maiores benefícios. É nesta
etapa que os criminosos convencem a vítima a passar dados bancários e muitas
vezes até o número do cartão de crédito e a senha.
O golpe de vishing também visa o sequestro da conta do WhatsApp. É quando após a confirmação dos dados, o falso atendente
solicita à vítima para confirmar um código recebido por SMS. É a senha que o
golpista precisa para ativar a conta do mensageiro da vítima em outro celular e
extorquir dinheiro dos contatos mais próximos.
3.
Roubo de dados pessoais
O telefone toca, uma simpática voz
de atendente lhe chama pelo nome e lhe encanta com uma oferta boa demais para
ser verdade de um prestador de serviço com o qual você já se relaciona.
A tática de engenharia social visa
conquistar a confiança da vítima para que ela forneça dados pessoais completos
como endereço, número dos documentos de identidade, data de nascimento, cidade
natal, nome de pai e mãe, escolaridade e outras informações para um cadastro
completo da vítima.
Sem desconfiar do falso atendente, a
vítima se sente prestigiada por ter sido considerada pelo prestador de serviço
como um cliente especial. Porém, o conjunto de informações entregue pela vítima
pode lhe provocar um grande transtorno futuro. Apesar de não ter fornecido
dados financeiros, as informações pessoais completas possibilitam aos golpistas
abrirem contas bancárias, solicitar empréstimos ou financiamentos sem que a
vítima desconfie.
SAIBA
5 DICAS PARA SE PROTEGER E NÃO CAIR NO GOLPE TELEFÔNICO
1. Faça
perguntas para confirmar a origem da informação. Mantenha a calma e peça
credenciais tanto para o falso sequestrador quanto para os falsos atendentes.
2. Peça para
o interlocutor ligar em dez ou trinta minutos e ganhe tempo para fazer contatos
com seus familiares ou com o prestador de serviço que está lhe ofertando novo produto
ou promoção. Se houver pressa em resolver, aumenta a chance de ser golpe.
3. Jamais
forneça senhas ou códigos de confirmação por telefone para ninguém, em hipótese
alguma. As instituições financeiras afirmam que não pedem informações
confidenciais dos clientes, muito menos lojistas.
4. Caso você
desconfie de golpe, mas fique com medo de que possa ser verdade, a orientação é
que a vítima não desligue e se dirija o mais rápido possível a uma delegacia
próxima para um policial orientar como proceder.