Passado o primeiro turno das eleições nos 5.569 municípios que compõem a federação, em 5.555 deles os prefeitos já foram definidos.

O Estado de Santa Catarina é composto de 295 municípios, dos quais, todas as cidades catarinenses já elegeram seus prefeitos e não haverá segundo turno em nenhuma deles, quer seja, Florianópolis, Joinville e Blumenau.

O quadro eleitoral dos 9 (nove) municípios da chamada região da Cebola, mostrou que a grande maioria dos eleitores não estiveram satisfeitos com as administrações atuais e elegeram a oposição, excetuando-se Ituporanga, Atalanta e Alfredo Wagner. 

A atual administração de Atalanta foi aprovada com a eleição do sucessor do atual prefeito, com a população dando o veredito do SIM e escolhendo o candidato SAPO, representando o candidato da situação. Administração, portanto, também aprovada com expressiva vantagem.  

Em Vidal Ramos, por exemplo, o atual prefeito concorreu à reeleição e sua forma de administrar não foi aprovada, sendo eleito o ex-prefeito LAÉRCIO – Tinha, que já administrou o município no mandato anterior.

Imbuia, também o atual prefeito não logrou êxito em sua reeleição, tendo seu mandato reprovado nas urnas, voltando a administrar o município no próximo mandato o ex-prefeito OSCAR. Assim, a atual administração restara também reprovada pela vontade popular.

O município de Petrolândia, diferentemente de Imbuia e Vidal Ramos que elegeram ex-prefeitos, preferiu também reprovar a atual administração e quem pagou com a reprovação do governo atual foi o ex-prefeito JOEL LONGEN, que havia feito um bom mandato por 8 anos, reelegendo seu sucessor naquela oportunidade, mas não teve êxito em sua própria eleição, sendo eleito o jovem RODRIGO, uma novidade na política petrolandense.

Igualmente, o eleitor de Leoberto Leal também preferiu exorcizar do governo a atual administração e, guindando o candidato MAICON, o elegeu para administrar o município pelos próximos quatro anos e também desaprovou a volta da ex-prefeita TATIANE.

No município de Chapadão do Lageado, por exemplo, a administração restou tão desaprovada que o atual prefeito, depois de tantas vezes tentar chegar ao cargo, sequer teve a iniciativa de concorrer para a reeleição ou indicar um sucessor. EUGÊNIO, da oposição e apoiado pelo partido do atual prefeito, se elegeu com facilidade no município, superando o candidato que representava a sigla do atual vice-prefeito e tendo a segunda maior diferença de vantagem na região.  

O Prefeito XANDÃO de Aurora também não conseguiu fazer seu sucessor. A equipe da atual administração já vinha há 12 (doze) anos no poder e agora acabou sendo substituída pela oposição, com o recém formado partido do PL em Aurora, sendo escolhido LILA, para o próximo mandato.

Como dito, Alfredo Wagner preferiu manter a atual administração do prefeito GILMAR e reprovou a volta do ex-prefeito NAUDIR, também com expressiva votação. O ex-prefeito saiu do seu último mandato marcado por sérias denúncias e ações judiciais, as quais ele respondeu e manchou sua história política. 

Para o município de Ituporanga, a história não reservou novidade alguma. A atual administração conta com o vice-prefeito e, eleito prefeito GEISON, que teve a mais expressiva diferença de votos em uma eleição municipal da história e na região, cravando mais de 64% de aprovação dos eleitores que foram às urnas.

A história precisa ser bem contada em cada eleição. O resultado das urnas aponta como algumas administrações são reprovadas e por isso a escolha do representante da oposição, outros nomes, acabam reprovados por sua falta de engajamento, capilaridade popular e envolvimento social e comunitário.

Já o sucesso de outros, se dá pela capacidade administrativa da equipe que está no governo ou pelo nome leve, simpático e de profunda infiltração popular, com uma história de envolvimento comunitário e popularidade contagiante. É o caso de se analisar pela maior diferença de votos na região da cebola e da história, que se deu no município de Ituporanga.

Dizer que a eleição de GEISON em Ituporanga é reflexo da atual administração seria muito simplório. Talvez o governo atual não tenha atrapalhado, mas a eleição de GEISON já veio sendo construída há 8 anos, quando ele concorreu em 2016 e foi vencido por 2 (dois) dinossauros da política ituporanguense, na eleição de LORINHO e GERVÁSIO na oportunidade, por uma margem minúscula de votos.

É de se estabelecer que a população se identificou com o modo popular e simpático do candidato GEISON que, aliás, já foi fator preponderante para que na eleição passada, a dupla que comanda a atual administração, com GEISON de vice, tivesse também uma expressiva votação nas urnas contra o candidato RAFAEL.

Ainda que não se esteja diante de uma eleição da pessoa mais querida e simpática, mas é de se estabelecer que a popularidade é um fator preponderante em pequenos municípios, para referendar um candidato na disputa eleitoral. GEISON é assim. E também vale dizer que não tenha decepcionado administrativamente na prefeitura, pelo pouco tempo que esteve na administração quando substituíra o titular. 

Passadas as eleições, é hora de compor o quadro administrativo e colocar em prática as conversas e falas bonitas que saem da boca dos candidatos e seus correligionários na eleição.

Quatro anos passam logo. Ao final, um novo teste de capacidade administrativa volta a ser feito e o eleitor vai dizer: fizemos certo ou errado no quadriênio passado? 

E assim caminha a humanidade. Sucesso para os eleitos e, aos reprovados, resta procurar entender que algo não foi correto em suas iniciativas, precisando fazer o mea culpa do porquê seus projetos foram rejeitados, para tentar numa nova eleição, no desiderato de implantar as suas propostas para fazer de seu município a melhor terra para se viver.       

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Lauro Raphael Dutra - 25/10/2024 10h47
Parabéns pela excelente análise. É a verdadeira democracia, e que governem bem os eleitos, para serem aprovados na próxima eleição, elegendo sucessor. Penso que não deveria haver reeleição e coligações partidárias, isso é o caminho, a porta de entrada para a corrupção.