Por Wesley Fragas

Por mais surreal que possa ser, um país com tanta pobreza e inflação, índices de insegurança nas alturas e instabilidade econômica geral, o candidato de esquerda Sergio Massa, ministro da economia do atual mandatário, Alberto Fernandez, do Partido Unión por La Pátria venceu o primeiro turno com 36,68%. Quem irá para o segundo turno é o candidato libertário de direita Javier Milei do La Libertad Avanza com 29,98% dde 99% de urnas apuradas, segundo a pesquisa feita pela Web Rádio novidade as 3h da manhã desta segunda-feira. O segundo turno na Argentina entre Massa e Milei será realizado no dia 19 de Novembro. A direita argentina cresceu muito, tanto na Câmara Baixa, que seria aqui no Brasil o homônimo da Câmara de Deputados como também no Senado Federal.




O Segundo Turno argentino, tratado como balotaje, será uma disputa literal entre a esquerda e a direita, um pouco diferente dos moldes brasileiros. Milei tem ideias para uma mudança mais radical como, dolarizar a economia, fechar o Banco Central, diminuir ministérios, criar e facilitar a geração de empregos e baixar impostos. Um tema controverso que Milei teve que encarar na reta final foi seu posicionamento de que não fará transações comerciais com países comunistas e nesta lista entra o Brasil e a China. Talvez Milei tenha se equivocado neste ponto. Já Massa não há muito o que falar. Tenta pregar um discurso de mudança, no mesmo país em que ele é o próprio ministro da economia, ações que deixaram a Argentina em um infinita crise financeira e monetária, inflação de mais de 150% ao ano e mais de 40% da população abaixo da linha da pobreza.


Milei sempre disse em seus discursos que a Argentina também precisava passar por uma mudança cultural, já que avançou sem precedentes em temas socialistas, mas que na prática nada funciona, como Ajudas Sociais massivas, agendas pró aborto, avanços na questão de educação sexual, especialmente Liberdade de gênero e forte intervenção do aparato estatal na economia e na Propriedade Privada. 


Talvez Milei não tenha se atentado para o básico na América do Sul: o povo não é o governo nestes tempos obscuros, o Governo é o sistema e o povo é apenas massa de manobra, liderados por sistemas eleitorais sujeitos a interferências internas e externas. No caso da Argentina, não se pode esquecer de um empréstimo milionário feito pelo Banco Sul-americano de Desenvolvimento ao vizinho há cerca de um mês.

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